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Moinho será ponto de concentração para caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas

A quinta edição da “Caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas”, realizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, promete mobilizar milhares de pessoas no domingo, dia 4 de dezembro, em todo o país. Em Juiz de Fora, a concentração será no Moinho, a partir das 9h. De acordo com os organizadores, o evento tem como objetivo sensibilizar toda a sociedade para comportamentos violentos que vão muito além da agressão física.

 

“É importante reconhecer e denunciar, mudando a opinião pública e derrubando mitos e paradigmas; construir estratégias integradas, unindo esforços com quem já trabalha pelo tema, promovendo a integração de movimentos que lutam pela erradicação da violência contra mulheres e meninas e o poder público; e garantir ações de transformação e combate, além de uma assistência adequada às vítimas de violência, lutando por legislações favoráveis e pela recuperação dos agressores”, diz documento distribuído pelo grupo.

 

“O Moinho foi escolhido porque é conexão. É um lugar acolhedor, agregador e transformador na vida da comunidade. Essa conexão, esse movimento, essa energia grandiosa é que nos fez escolher esse espaço como ponto de partida. O Moinho abraça a comunidade”, conta Paula Serrano, que é uma das Líderes do Núcleo do Grupo Mulheres do Brasil em Juiz de Fora, ao lado de Yasmin Moreira e Raquel Sousa.

 

O Combate à violência contra mulheres e meninas é uma pauta global. Indicadores publicados no Mapa da Violência e notícias que estampam frequentemente o noticiário comprovam o aumento de agressões de diferentes naturezas contra mulheres e meninas em todo o mundo.  Em Juiz de Fora, a cada dia, 11 mulheres vítimas de violência registram denúncias contra seus agressores amparadas pela Lei Maria da Penha.

 

De acordo com levantamento feito a partir de registros policiais, entre os acusados de agressão, 73,1% são cônjuges, ex-cônjuges ou namorados das vítimas. De todas as vítimas de violência com registros na cidade, 57,5% são mulheres negras e pardas e 36,8% são brancas. Os dados são de 4.033 boletins de ocorrências registrados pela Polícia Militar durante todo o ano de 2021 e obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

 

Acredita-se que se não fosse a subnotificação, os números seriam ainda mais graves. Portanto, este é um assunto que afeta toda a comunidade. A sociedade pode colaborar encorajando e fazendo denúncias, para que a Lei Maria da Penha seja cumprida. A violência traz um alto custo social: traumas emocionais e físicos às vezes irreparáveis, geração de órfãos da violência e aumento do absenteísmo nas empresas, dentre outros.