Educação

Alunos da APAE participam do Cine-Escola na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla

Para muitos alunos, foi a primeira vez que desfrutaram da experiência de assistir a um filme. A emoção também contagiou a família

 

“Quando começou o filme, eu já queria chorar, porque ir ao cinema é algo que eu fazia com a minha mãe e não sabia se teria a oportunidade de fazer o mesmo com meu filho”.  As palavras de Jéssica Carvalho, mãe de Miguel, uma criança autista, ilustram bem o que iniciativas inclusivas são capazes de fomentar tanto do ponto de vista individual quanto coletivo. Por isso, na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Juiz de Fora (APAE) foram os grandes protagonistas do Cine-Escola do Moinho.

 

“Sempre quis levá-lo ao cinema, mas sabia que os olhares ficariam voltados para ele. Quando o filme começou, ele pulou na piscina de bolinha, ficou correndo e ninguém olhou. Foi um alivio muito grande. Sabia que ele não ia assistir ao filme, mesmo que ele tenha falado a semana inteira sobre isso. Quando acabou, ele bateu palma como se tivesse visto o filme inteiro. É uma sensação inexplicável. Tudo o que é a primeira vez dele é diferente. Foi muito especial”, desabafou a mãe, emocionada.

 

Instituída pela Lei nº 13.585 de 2017, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização e de políticas públicas para promover a inclusão desse segmento, além do combate ao preconceito e à discriminação. Em atividade há 54 anos, atuando na habilitação e na reabilitação das pessoas com deficiência intelectual, múltipla e autismo, a APAE Juiz de Fora atende, atualmente, 335 pessoas nas áreas de assistência social, saúde e educação.

 

“Na parte da assistência social, atendemos, geralmente, maiores de 18 anos que já concluíram um percurso escolar. A finalidade é que adquiram autonomia, independência e participação social. Na educação, temos uma escola especial, com algumas séries do Ensino Fundamental e, na saúde, oferecemos atendimento com fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta”, explica a coordenadora da Assistência Social da entidade, Elisabeth Novaes.

 

O acesso aos serviços de assistência social da APAE é feito por meio de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou de um Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS). Para atendimentos de saúde e educação, os interessados podem procurar diretamente a instituição. “Nosso objetivo é prepará-los para o mercado de trabalho, e para que possam conhecer seus direitos e deveres”, acrescenta a educadora social, Gelciara Leite, que acompanhou o grupo de alunos durante o Cine-Escola, ao lado de outros responsáveis, uma vez que o envolvimento da família neste trabalho é primordial. Muitos dos assistidos nunca tinham passado pela experiência de uma sessão de cinema.

 

“O Moinho conseguiu fazer com que todos se sentissem bem acolhidos.  A importância dessa iniciativa é muito grande. As famílias ficaram super à vontade. Vocês conseguiram deixar o ambiente apropriado, não muito escuro, com iluminação e som bem bacanas. Alguns pais nos relataram que gostaram muito do passeio, do ambiente e da forma como foram bem recebidos”, finalizou a coordenadora.