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Projeto com adolescentes de escolas da Zona Norte busca soluções para a Educação e a Saúde

ManifestaNão foram só os olhares atentos e curiosos de alunos da Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, na Zona Norte de Juiz de Fora, que impressionaram, mas sobretudo o entusiasmo em falar sobre o projeto de inovação social que participam, desenvolvido pelo Moinho em parceria com o coletivo Manifesta. Organizados em grupo, 15 adolescentes, entre 12 e 16 anos, estão sendo estimulados a refletir sobre Educação e a criar soluções a partir da identificação de problemas que vivenciam no dia a dia, por meio de visão crítica da realidade.  

 

“Participar desse projeto está sendo da hora. Estou aprendendo a confiar mais nas pessoas”, diz a aluna Mariana Toretti, de 14 anos, ao resumir sua experiência na Jornada de Desenvolvimento de Jovens, coordenada pelo Manifesta. O projeto é uma das ações do primeiro Festival de Inovação Social de Juiz de Fora, fruto de parceria entre o Moinho e a Prefeitura de Juiz de Fora, que será realizado nos dias 3 e 4 de novembro. Ao todo, são 30 alunos do oitavo e do nono anos do Ensino Fundamental envolvidos na experiência, sendo 15 da Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, que estão focados em soluções para a Educação, e outros 15 da Escola Municipal Antônio Carlos Fagundes que discutem propostas para a Saúde.  

 

Feliz por ter encontrado, por meio da jornada, um espaço de acolhimento para manifestar suas opiniões, a aluna Camille Vitória, de 12 anos, é exemplo da confiança que a iniciativa busca despertar entre os integrantes do grupo. Afinal, ela é a base para que os adolescentes possam se expressar com mais liberdade e, assim, alcançarem respostas para os desafios da Educação que vivem no ambiente escolar. A experiência da aluna Yasmin Ferreira, de 14 anos, também reforça a importância do acolhimento e da identificação com pessoas que compartilham da mesma opinião. No trabalho em grupo proposto pelo Manifesta, ela se sente cada vez mais confortável para falar sobre suas próprias vivências. 

 

Facilitadora do coletivo, Beatriz Galil explica que esta é justamente a proposta pedagógica do projeto que coloca os alunos no centro do processo de aprendizagem. Isso significa incluí-los na identificação e na solução de problemas, trazendo a aplicação para sua realidade. “Princípios e metodologias proporcionam um ambiente de aprendizado onde eles se sentem parte e protagonistas do seu caminho”, observa.  

 

Prova do resultado prático da proposta também está no depoimento do aluno Luiz Felipe Ferreira, de 16 anos. “Estou aprendendo a ouvir e ser ouvido, a entender o sentimento de outras pessoas. Fico feliz em saber como me comportar no mundo e também a entender como é o mundo lá fora, que é maravilhoso”, diz. “Toda essa jornada tem como pano de fundo o desenvolvimento e o espaço de reflexão para o aluno, onde ele pode se apropriar, de fato, desses mecanismos críticos”, acrescenta o cofundador do Manifesta, Marcos Pereira. Iniciado em agosto, o projeto tem duração de três meses. São dois encontros presenciais por mês com os alunos de cada escola, totalizando doze encontros. 

 

Iniciativa chega na hora mais propícia 

 

As soluções encontradas pelos grupos de alunos das duas escolas municipais, assim como o caminho que fizeram para chegar até elas, serão apresentadas durante o Festival de Inovação Social.  Para a diretora da Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, Adriana Pires, o momento não poderia ser mais adequado para a oferta da jornada de desenvolvimento na escola. 

 

“A ação do grupo chegou em um momento muito importante, em que estamos observando entre os adolescentes dificuldades de convivência. A metodologia faz com que se sintam muito à vontade para expor questões que os afligem e a refletirem sobre seu comportamento. Está sendo muito importante pra escola recebê-los aqui, com esse apoio, de uma forma tão jovem, comprometida e responsável”, avalia.  

 

“Estou achando divertido e legal. Poder expressar o que a gente pensa e sentir que os outros estão concordando também é muito bom. A gente sente mais confiança nos professores. Sei que isso que a gente fala aqui eles não vão contar pra ninguém. Nossa opinião importa. Poucas vezes podemos falar pra alguém o que a gente realmente sente”, finaliza a aluna Camila Rosa Vianna, do alto de seus 12 anos de idade. 

 

Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.