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O Moinho é eleito a obra do ano

Construção do Moinho

Uma obra impactante não apenas pela grandiosidade – são aproximadamente 30 mil m2 de área construída – mas, principalmente, pelos elevados padrões de sustentabilidade na preservação da memória de um prédio simbólico para a cidade, que já foi o mais alto de Juiz de Fora e ainda se mantém como a construção mais elevada da Zona Norte. “Este trabalho é muito diferente ao que se vê usualmente, até mesmo no Brasil, porque são poucas iniciativas com tanto nível de arrojo”, explica o engenheiro responsável pela obra do Moinho, Sérgio Ramos Costa.

 

Eleito como a Obra do Ano pelo Clube de Engenharia, o empreendimento imobiliário que será entregue à cidade, em fases, sendo a primeira no primeiro semestre de 2020, está em ritmo acelerado de construção, após dois anos de intensos estudos de viabilidade técnica, econômica e de projetos. Concebido sob quatro eixos temáticos – Saúde, Educação, Moradia e Comércio, o Moinho será um moderno centro urbano com foco no compartilhamento de espaços, ideias e propósito. Somos mais que um shopping, somos o lugar da vida coletiva. Nosso objetivo é promover e fortalecer a convivência, como instância transformadora das relações humanas, oferecendo ambientes que inspirem a inovação e despertem a criatividade. “É um projeto fascinante e estou muito orgulhoso em fazer parte. Trabalho em construção de empreendimentos comerciais no Brasil há mais de 20 anos, mas não havia feito nada parecido. A Skylab, responsável pela arquitetura, foi muito feliz na proposta aperfeiçoada com o trabalho de Place Branding e de Experiência do Usuário, envolvendo a comunidade e especialistas, conduzido por consultorias de São Paulo, para dar significado ao arrojado propósito inicial concebido pelos empreendedores ”, observa o engenheiro.

 

O maior desafio para a engenharia tem sido mudar radicalmente a vocação estrutural do imóvel, construído em 1958, com características e necessidades específicas da indústria do trigo, em um espaço de convivência tão complexo. Um dos dois grandes silos de armazenagem de grãos de trigo, por exemplo, tem 50m de altura, com parte interna oca de 40m onde estão sendo construídos 14 andares em concreto, dos 18 andares que integram o prédio dedicado à moradia. “Foram necessários muitos estudos de reformas estruturais, de modelagens e análises espaciais, para passar de um modelo de operação para outro. Tudo na obra é surpreendente. Muito trabalho para adequar a estrutura existente à nova ocupação”, ressalta Sérgio, ao destacar que as máquinas especiais para abrir os vãos de concreto precisaram vir de São Paulo, por exemplo. Ancorada no uso do retrofit, processo de engenharia surgido na Europa e nos Estados Unidos que significa “colocar o antigo em forma”, a obra do Moinho que emprega mais de 300 trabalhadores, de fato, já é marco para a construção civil de Juiz de Fora. “Essa nova técnica tem um ganho ambiental espetacular ao deixar de demolir algo para se construir algo novo. Gasta-se menos material e muito menos entulho é gerado”, observa o engenheiro. Tão arrojada quanto a construção será a ocupação do Moinho: salas, lojas, consultórios compartilhados, espaços coletivos de convivência e um centro de inovação dedicado ao empreendedorismo de impacto social. “É um empreendimento de muita visão de futuro, com respeito à vida, à história, às pessoas e ao planeta”, destaca Sérgio. De fato, o prédio do antigo Moinho Vera Cruz manterá sua vocação à transformação. Agora não mais do trigo, mas de pessoas como protagonistas para a construção de um futuro melhor.